23/06/2015

Palavrão, o alívio.

Nunca ouvi da boca dos meus pais um único palavrão, uma asneira, um simples "porra", portanto não é uma coisa hereditária, mas eu gosto imenso de dizer palavrões e asneiras. Se não os posso dizer em voz alta, pelo menos, senti-los é meio caminho andado. Aquele "fosga-se", dito em sussurro deixa-me um bocadinho mais calma e bastante mais aliviada. É claro que a coisa nunca fica por aí, à medida que o enervamento, a irritação, o mal estar da pessoa cresce, assim o palavrão também aumenta. O f***-s*, assim de mansinho já acalma a dor, agora imaginem o p***t*** que pariu este c***, f***-**e, o vai levar no c**, meu filho da p***! É o oásis do palavrão, o alívio da alma, a dor que insiste, mas que fica menos pesada. No fundo, o palavrão é um placebo, uma coisa que não tira a dor, mas que suaviza a vida, não serve rigorosamente para nada a não ser precisamente isso, aliviar. Eu sou feliz quando não tenho que os dizer ou pensar, mas sou definitivamente mais feliz se os disser e lavar a alma naquele momento. Se me considero mal educada? É óbvio que não, sou bastante bem educada, talvez por isso, o palavrão, a asneirola,  sirva de refúgio para a menina bem que às vezes se passa da marmita. É sinal que estamos vivas, não é minhas amigas?

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