10/03/2014

Mãe #1

A minha mãe ontem achou por bem fazer queixinhas ao meu gajo. Começou por falar do presente, que eu lhe fiz isto, e lhe disse aquilo, mas como viu que tinha espaço para mais, começou com a cantilena de sempre, que eu nunca gostei dela, que eu sempre fui uma pessoa fria e distante, enumerou os defeitos todos, um por um e rebeubéu, pardais ao ninho.  É sempre assim, ela começa de mansinho, com aquele ar de santa e só pára quando a outra pessoa está de rastos, aí é que fica triunfante e, lhe oferece a sua ajuda, o ombro amigo, aí é que a pessoa passa duma grande filha da mãe, para a filha querida que ela sempre quis ter. Como eu ando com muita pouca paciência (tmp e otras cenas), ainda lhe mandei umas bocas e tal, até que desisti e lhe sugeri que fosse para a cozinha fazer a sopa do jantar. A minha mãe é assim, sempre foi. Adora esburacar na ferida, até não poder mais. A seguir lambe e dá beijinho. Ou não a conhecesse eu tão bem, melhor do que me conheço a mim.

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