24/01/2014

Meco

Antes do natal, a notícia que nos chocou a todos, foi a morte dos 6 jovens, no Meco. E andamos desde essa altura, todos os dias a ouvir desenvolvimentos sobre a triste notícia, e cada vez surgem dados novos e as coisas, parecem-me a mim, um bocadinho assustadoras.
Primeiro que tudo, parece óbvio que aquilo foi uma praxe. Afinal de contas o que iriam fazer 6 jovens, àquela hora, andarem quase 7 kms a pé, para uma praia com ondas assustadoras e sem telemóveis? E é aqui que vem ao de cima o assunto das praxes, essa coisa temida por quase todos, essa coisa inútil, que só na cabeça de gente mal formada que acredita que, a partir dali, os jovens estão prontos para serem gente grande e com juízo, alunos com boas notas e elevado sentido de justiça.
No meu tempo, e nas faculdades onde andei as praxes eram coisa pouca, somente teríamos que fazer umas figurinhas tristes, e estava a praxe feita. Digo teríamos, porque não fui a nenhuma, faltei sempre às aulas nesses dias. Porque não tenho a menor paciência para grupos, para praxes, nunca pertenci a escuteiros, nem nunca fui à missa. Não tenho nada contra quem ia, mas eu nunca quis. Coisas minhas, que sou um bicho de mato.
Mas sempre ouvi falar das praxes, como uma coisa horrivel, que faziam e aconteciam, que humilhavam as pessoas, que faziam trinta por uma linha. E é essa parte à qual torço o nariz. Não sou a favor de humilhações, muito menos públicas. Sou contra qualquer tipo de violência, ou algo que ponha a integridade física e mental, em causa. E parece que as praxes, o fazem. Sou a favor da risota e do elogio públicos. Da amabilidade, da simpatia. E acredito que são essas coisas que formam o ser humano, e não as outras.
Depois, neste caso, junta-se o facto do segredo que se faz acerca do assunto, diz-se que o" dux" está com amnésia selectiva. O que faz parecer que ele tem é medo, muito medo, medo de falar, medo das consequências. Mas não teve medo de ir para a praia do Meco em Dezembro. Não teve medo de mandar calar alguém e dizer que aquilo só aos estudantes dizia respeito, pois era uma praxe.
Continuo a achar o que sempre achei, que os alunos que praxam os outros, tirando algumas excepções, são frustados e a praxe, para eles, funciona como um meio de poder, de ter algum poder sobre os outros, pois de outra forma, não conseguem seduzir ninguém, mas é somente a minha opinião. 
Que estas mortes, ao menos sirvam para alguma coisa, não deixemos estes jovens morrer sem tirarmos ilações. Que se investigue, que se acabe de vez com estes disparates, que só servem para causar dor e destruír famílias.

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